Moda, Racismo e Sustentabilidade

Nos últimos anos, marcas da indústria da moda buscam conectar a sua imagem a ideia de sustentabilidade, embora elas tenham investido muito em estratégias de marketing nesse sentido, o modelo de sociedade capitalista é incompatível com o modelo de sociedade sustentável. O capitalismo baseia-se no acúmulo de capital a partir da exploração da mão de obra e dos recursos existentes na natureza. A ideia de sustentabilidade vai muito além de uma etiqueta eco friendly.

A indústria da moda, que segundo a Organização das Nações Unidas é a que mais polui no mundo, tem um longo caminho nesse processo de mudança no qual a exploração. dos recursos, o direcionamento dos investimentos, a orientação do desenvolvimento tecnológico e a mudança institucional canalizem o atual e futuro potencial para satisfazer as aspirações e necessidades humanas. O que temos até o presente momento, são grandes conglomerados econômicos, que têm como objetivo principal o valor de suas ações em bolsas de valores.

Para continuar atendendo as expectativas de lucros de seus investidores as empresa da indústria da moda têm como aliada toda uma indústria de produção de imagens que materializam desejos coletivos de consumo e estilo de vida, criando. uma estratificação social que tem no racismo seu maior aliado. Nenhum segmento industrial se apropriou de forma tão eficiente desse caldeirão imagético quanto a indústria do vestuário. A moda foi capturada para veicular esse modelo excludente que cria padrões. de beleza e modos de vida, que marginaliza toda uma população, que nunca vai corresponder aos ideários estéticos impostos pela narrativa imagética dessa indústria. Numa sociedade que o conceito de belo está sintetizado em uma capa de revista restam pouquíssimas alternativas ao branco, alto, magro e heteronormativo.

No Brasil, desde sua colonização coube a população preta o trabalho que garantia a produção de riqueza e o acúmulo de capital da população branca. O imaginário brasileiro foi fundado sob a opressão da população negra em todas as áreas do conhecimento e na moda não foi diferente. Diante disso, o Revista Bazar tem como estratégia contribuir com a refundação desse imaginário, a partir da democratização das informações necessárias ao debate de uma sociedade verdadeiramente sustentável, que é aquela que, de acordo com a Organização das Nações Unidas, é capaz de suprir as necessidades atuais sem comprometer a habilidade. das futuras gerações. de atender suas próprias necessidades.

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Revista Bazar por Flávia Vieira e Laís de Souza

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#PraTodosVerem: Imagem com fundo preto. Na parte superior no canto esquerdo escrito em branco #blogdarelab. Abaixo escrito em branco “MODA, RACISMO E SUSTENTABILIDADE” do lado de uma linha vertical branca. Colunista: Flávia Vieira e Laís de Souza. Collab RELab & Revista Bazar.